Pede-me tudo o que quiseres, pede
Minha alma, o coração, a própria vida;
Pede-me o céu, a estrela preferida
E o meu amor que o teu olhar não mede.

Pede-me o sol, a madrugada em festa,
Da cachoeira as eternais madeixas;
Se queres o murmúrio da seresta,
A minha lira te darei sem queixas.

Pede-me o riso e sorrirei cantando;
Se pranto queres, chorarei de dor
E a vida inteira passarei chorando.

Pede-me tudo o que quiseres ter:
A lua, o sol, a vida, o meu amor,
Mas não me peças para eu te esquecer!!!

ESTRANHAMENTO
Analisa-se a vida sou complicada,
Se vivo alienada sou um nada,
Só uma certeza tem na minha alma
É que a vida é para ser vivida apaixonada.
Entregar-se a paixão sem limites,
Viver o dia a dia como um brinde,
Amar-se antes de ser amada
Dar a teu amor a luz da alvorada.
Estranhamento sente no medo
De se doar sem restrições,
Escondendo-se como um forasteiro
Que não controla as próprias emoções.
Sinto-me diferente das outras pessoas,
Tenho em mim fragilidade e coragem,
Meu amor entrega a quem como eu
Vira a mesa e ama com verdade.
Esta sou eu, uma mulher apaixonada!
Se te amar é meu veneno
Sei que vou morrer envenenada.
DÚVIDAS
Não sei o que houve,
Só sei que sinto medo,
É uma sensação estranha
Uma dor que a minha alma reclama.
Dias amanhecidos solitários,
Desconfianças que chegam aos pedaços,
Difícil decifrar os enigmas da vida,
Mais difícil ainda é viver só sem
Um braço amigo.
Uma angústia que aperta o peito,
Uma vontade de chorar...
Amor que não sei ser perfeito
Medo de tudo não passar de sonho desfeito.
Dúvidas de quem já conhece a vida,
Queria tanto que fossem apenas emoções!
Sonhar um sonho impossível
Amar podendo tirar os pés do chão.
^.^
Como um Embalo
Fosse uma chama,
crepitariasob meus dedos, na solidão.
Nada mais quero, nada queria.
As noites chegam, os dias vão.
Fosse uma chama, breve arderia,
brasa de sonho, na escuridão.
Já nada quero da luz do dia...
Queima uma estrela na minha mão.
Mas nada quero da luz da estrela...
(Chegam as noites, os dias vão.)
Por que sonhá-la, se vais perdê-la,
alma perdida na solidão?
(Alphonsus de Guimaraens FilhoIn Água do Tempo, 1976)
^^

Winter Sonata OST - Violet (Instrumental)^^

"FIM"
O que eu perdi não foi um sonho bom,
não foi o fruto a embebedar meus lábios,
não foi uma cançaõ de raro som,
nem a graça de alguns momentos sábios.
O que eu perdi,como quem perde uma outra infância,
foi o sentido do enternecimento,
foi a felicidade da ignorância,foi,
em verdade, na minha carne e no meu pensamento,
a última rubra flor do fim da mocidade.
E dói - não esse gesto ausente,
a que se apagam as flores mais solares,
mas uma hora, - flor de momento
numa breve aurora - hora longínqua,
esquiva e para sempre morta,em cuja escura,
inacessível porta noturnos olhos cegamente vagam.
(A.D)