Da infância ficaram os quintais. ...*Miryan Lucy Rezende*

 "Da infância ficaram os quintais. 

A magia dos quintais. 

A sombra das árvores, o vento e sua dança de folhas.

 O balanço!

As frutas colhidas no pé. 

O pé descalço molhado de rego d'água.

 Ficou a casa, as paredes e as vozes nelas guardadas, 

o piso cantarolando passos...denunciando presenças.

Os cheiros da cozinha: o prato servido de amores 

( oh! fome perversa que hoje sinto!).

Sons de risadas, de músicas cantaroladas na lida que tecia a vida.

A certeza da benção de todo dia; o beijo nas mãos, 

o respeito posto à mesa já no café da manhã.

O balanço pendurado na árvore escolhida com precisão e carinho.

O balanço cumpria seu destino: ia e voltava! Voava!

Ah, eu não sabia que o balanço do tempo é outro.

Ele vai, ele voa, mas, na volta, não volta, não volta, não volta mais!"

*Miryan Lucy Rezende*