Entra pela velhice com cuidado.
Pé ante pé, sem provocar rumores
Que despertem lembranças do passado,
Sonhos de glórias, ilusões de amores
Do que tiveres no pomar plantado
Apanha os frutos e recolhe as flores,
Mas lavra ainda e planta o teu eirado,
Que outros virão colher quando te fores.
Não te sejas a velhice enfermidade!
Alimenta no espírito a saúde,
Luta contra as tibiezas da vontade.
Que a neve caia! O teu ardor não mude!
Mantém-te jovem, pouco importa a idade!
Tem cada idade a sua juventude…
(Bastos Tigre)