O tempo passa e vai ficando cada vez mais cedo.
Olho pros lados, atravesso as janelas, percebo:
A chuva. As gotas caem, e caem, e caem...
e não parecem se cansar de cair.
Oh Monotonia! Nem mesmo a chuva é capaz de fugir?
Batem, com força, querem mudar,
mas não importa por onde você olhe
as gotas caem sempre no mesmo lugar.
O sol nasce lá fora e a chuva...
A chuva aqui não pára nem descansa
Aonde foram as lágrimas? Os ódios e as alegrias?
Onde estão as esperanças?
Que mundo cruel. Que medo de andar.
As ruas são sempre diferentes
E estou sempre no mesmo lugar.
E a chuva...
A chuva continua
Olho pros lados, atravesso as janelas, percebo:
Do lado de fora não chove,
mas só existem portas de entrada.
Não há
saída.
Que dor amarga. Que medo de correr.
Quanto mais corro, mais amo.
Quanto mais amo, mais sofro.
Quanto mais sofro, percebo:
Já parou de chover.
(a,d)
''O pouco não me serve,
o médio não me satisfaz,
metades nunca foram meu forte.
Palavras até me conquistam
temporariamente mas
atitudes me ganham,
ou me perdem para sempre''
(a.d)