Queria .. realmente ser um anjo.

Queria .. realmente ser um anjo.
Ser o anjo que vela, o anjo que guarda,
o anjo que protege.
Quebrar todas as barreiras
ele mentais e ser apenas um anjo..
Mas não é permitido a um anjo
amar a uma única pessoa...
Seu amor não pode ser exclusivo,
seu amor deve ser extensivo.
E não é permitido a um anjo
chorar por todas as pessoas
Seu pranto deve ser exclusivo...
Suas lágrimas devem regar,
uma por vez, as flores que
brotam em cada alma humana
Que anjo posso ser?
Que amor poderei dar ?
Que olhos irão me ver ?
A quem irei amar?
Queria realmente ser um anjo!
Ter a bondade nas faces,
a sabedoria no olhar...
Saber sorrir, saber confortar.
Saber entender os aflitos, saber ensinar.
Ir ao encontro de todos
E a todos, amar
Queria realmente ser um anjo!
Um anjo qualquer, um anjo comum.
Atender as preces dos necessitados.
Atender a procura de afeto de uma criança.
Um anjo que aprende com a dor,
um anjo que aprende com o amor...
Queria realmente ser um anjo!
Sorrir ao ver a ventura do vencedor,
emocionar-me com o desespero do perdedor,
beijar a face daquele que suplica e
aplacar a raiva do inimigo cruel.
Por fim, queria realmente ser um anjo...
E poder quebrar todas as regras celestiais.
Sentir o amor único e exclusivo e
chorar por todos os demais.
Queria somente ser um anjo
que ama a você,e nada mais...
*a.d*
Recebi de uma pessoa muito especial ...

'Ontem chorei

''Ontem chorei.
Por tudo que fomos.
Por tudo o que não conseguimos ser.
Por tudo que se perdeu.
Por termos nos perdido.
Pelo que queríamos que fosse e não foi.
Pela renúncia.
Por valores não dados.
Por erros cometidos.
Acertos não comemorados.
Palavras dissipadas.
Versos brancos.
Chorei pela guerra cotidiana.
Pelas tentativas de sobrevivência.
Pelos apelos de paz não atendidos.
Pelo amor derramado.
Pelo amor ofendido e aprisionado.
Pelo amor perdido.
Pelo respeito empoeirado em cima da estante.
Pelo carinho esquecido junto
das cartas envelhecidas no guarda- roupa.
Pelos sonhos desafinados,
estremecidos e adiados.
Pela culpa. Toda a culpa.
Minha. Sua. Nossa culpa.
Por tudo que foi e voou.
E não volta mais,
pois que hoje é já outro dia.
Chorei...''

Caio Fernando Abreu