Pesadelos

Pesadelos

Às vezes, adormeço um sonho terrível
Apossa-se de mim, não vejo sentido
Em querer recordar.
Perdida no breu eu me encontro
Sinto tudo diferente, coisas da mente?
Talvez, meu coração está palpitante
E fica a pular...
Sinto meus sentidos confusos
Aqui deitada permaneço sozinha
Assustada, estou a sonhar...
Momentos angustiantes que juntos
Passamos, agora estou a relembrar...
A primavera chega, trazendo esperanças
Tento jogar fora essas lembranças
Guardadas no fundo da minha gaveta
São pesadelos... Preciso me levantar!

Lágrimas de Chuva

Lágrimas de Chuva

Uma nascente abre comportas
No meu pobre coração
Como um poeta que se importa
E de amor sofre em vastidão

São lágrimas vertidas
Do meu pranto saem uma imensidão
De sentimentos com muitas feridas
Que sangram e rolam pelo chão...

Surge um imenso açude, um desvio
Que quer acabanar a minha dor
Uma esperança, talvez um navio...

Uma represa para que eu possa ancorar
O meu descontentamento, mas as minhas
Lágrimas de chuva em gotas querem desaguar...



(A:Angela Chagas)

Primavera de igualdades

Primavera de igualdades

Se a mim fosse perguntado sobre o futuro da humanidade,
eu responderia com toda sinceridade:
eu tenho um sonho, um sentimento de fé e verdade
eu tenho um imenso desejo, de ser ouvida pelo vento, e dentro desse ensejo,ver o amor florescendo, uma criança crescendo,
outro dia nascendo... Uma primavera de igualdades...
-Para a Humanidade prosperidade?
- Sim, um oceano de oportunidades.
Os resquícios do passado, não têm jeito,
ficam pra trás, especificamente viva o “Hoje”,
mas com lealdade de sentimentos, cultive o bem, sem olhar a quem...
Se a mim fosse perguntado sobre o futuro da humanidade,
eu diria com felicidade:
viva um dia de cada vez, tenha discernimento, porquanto as escolhas do agora serão o amanhã, o futuro!
Plante... Perceba a natureza, um presente de Deus repleto de riquezas... Aproveite a oportunidade e Colha desse planeta um futuro melhor!

(Angela Chagas)

O Trem da minha vida

O Trem da minha vida

Houve um tempo em que vivia triste,
Cabisbaixa, magoada, sofrida...
Houve um tempo que eu queria sumir
Não via graça em nada, tinha pena de mim
Só queria dar a partida no trem da minha vida...

Até que um dia o trem veloz, iluminado chegou
Veio em minha direção
Os trilhos desse trem, têm ruídos
Um som que provoca emoção...

Passeio agora entre os vagões
Em busca de uma resposta
Têm tantas pessoas expostas
Tantas preocupações...

Vejo rostos cansados
Fisionomias fechadas
Percebo neles da vida, lutas
Com muitas resignações...

Descubro entre diversos vagões
Vários personagens com as mesmas
Histórias... Complicações!

E eu que pensei ser á única
Quanta pretensão...

...Nesse mundo de expiação
Há uma incomensurável multidão

(Angela Chagas)

Apenas Você e Eu

Apenas Você e Eu

Quantas vezes desejei
Que o tempo parasse
E que você tentasse
Me conduzir por um mar de sensações

Quantas vezes desejei
Cruzar o oceano
Flutuar pelo mar dos teus abraços
Esquecer do tempo, penetrar no teu pensamento

Quantas vezes desejei ser estrela
Ofuscar com o meu brilho
A saudade que sinto do tempo
Que era apenas você e eu, e mais ninguém!

(Angela Chagas)

NOITE DE SAUDADE

NOITE DE SAUDADE
A noite vem pousando devagar
Sobre a terra, que inunda de amargura…
E nem sequer a bênção do luar
A quis tornar divinamente pura…

Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura…
E eu ouço a noite imensa soluçar!
E eu ouço soluçar a noite escura!

Porque és assim tão escura, assim tão triste?!
É que, talvez, ó noite, em ti existe
Uma saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu nem sei donde me vem…
Talvez de ti, ó noite!… Ou de ninguém!…
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!

(Florbela Espanca)