*
O perdão é uma estrada de mão dupla.

Sempre que perdoamos alguém,

estamos também perdoando a nós mesmos.

Se somos tolerantes com os outros,

fica mais fácil aceitar nossos próprios erros.

A partir daí, sem culpa e sem amargura,

conseguimos melhorar nossa atitude diante da vida.

(Paulo Coelho)
* FÊNIX *
Era uma vez uma bela ave,
tão bela quanto a sua plumagem,
mas tão bela , que irradiava ,
alegria ,amor e paz a todos.
Mas os deuses foram invejosos,
destruíram a ave do modo mais cruel,
tiraram sua beleza ,
corroeram sua alegria,
reduziram o seu amor,
sumiram com sua paz.
Pôr ironia do destino,
um ser belo em espírito,
feio pôr aparência ,
se aproximou da bela ave,
e viu a sua tristeza ,
pois não era mais bela,
não tinha mais alegria,
não dava mais amor,
não transmitia mais paz.
E o belo ser; tocado de compaixão,
olhou nos olhos da ave e orou
aos céus dizendo:Pai ,
se for preciso que a humanidade ,
para vim a existir ,
precise conhecer o teu amor,
compreender a tua paz ,
sentir a tua alegria ,
que seja feita a vossa vontade ,
dando ao espírito dessa ave,
nobre pôr sua natureza,
generosa,a fé que ela perdeu
devolve ao teu espírito,
o que seres impuros ,
retiraram cometendo infames,
deixa ó pai , que a alegria transborde,
o amor se espalhe ,que a paz exista ,
mesmo que seja dentro de um sonho,
destroe ó pai ,as correntes que destruíram,
a alegria de viver dessa linda criatura.
E assim o jovem supremo,
ofereceu o seu espírito ,
em troca da vida de outro ser.
E foi assim que ele veio ao mundo,
batizado pôr uma pomba ,
criado sem riquezas ,
desenvolto em sabedoria,
conseguiu destruir os deuses,
da luxúria ,
inveja,
do ódio ,
do rancor,
da guerra,
e tudo que pode destruir o homem,
pois só o homem pode destruir outro homem
não podem destruir as ideias,
pois elas são como o amor,
mesmo acorrentadas ,
atravessam o tempo.
->FÊNIX

(Efigênia Coutinho)

Na audaz inspiração,
que me arrebata,
Entre abismos de
Luz e Harmonia,
Possuída pelo silêncio,
o gesto mudo
Virei à costa pela Dignidade.
Foi preciso ser forte, ter coragem
E matar tudo num suspiro!
De luz, de amor, de êxtase.
Contemplo!...
O grito, na expectativa do Amanhã!
Os músculos se estendem, e sentem
Minhas Asas começarem a se movimentar:
É o renascer duma Alvorada ...
Tal qual Fênix das cinzas Futurecendo!
E não vejo a hora de iniciar meu
VÔO COM FORÇA, PAIXÃO E DETERMINAÇÃO!!!
Sou Rainha, Deusa e Guerreira
À espera desta minha ou dessa outra mão!
A morte da Fénix ou Fênix

Estou indo embora..........
Vou voltar pro meu ninho para me refazer
Minhas penas ... são tantas penas
Que nem mesmo o tempo poderá me reerguer.
Hoje eu estou mais velha e cansada
Marcada pelas marcas do tempo que ficou
Olho para mim ... nada vejo
Conheci-te sem medo ou reservas
Mas com medo deixei você me conhecer
Fui criança cheia de esperança em teus braços
Eu me pergunto sem encontrar a resposta.
Eu era apenas mais uma borboleta nessa flor?
E retorno para meu ninho entristecida,
Afinal eu sonhei com uma
Rosa em meu caminho
E encontro outra, por tantos orvalhos umidecidos.
Hoje eu sei que a Rosa é enfeite para um jardim
Onde muitos podem e irão admirar
Sei que a fénix deve voltar para seu ninho...
Que é inútil querer se enganar.
Deixe que a Fénix retorne para seu ninho em silencio.
E ali deixe suas cinzas.... e nunca mais se torne real.
(a.d)

*NÃO SE PODE VIVER DE PASSADO,

TEMOS QUE VIVER O PRESENTE

E AGUARDAR O FUTURO...

POIS ELE JÁ ESTA TRAÇADO,

E NÃO ADIANTA FICAR SE

LAMENTANDO PELO QUE JÁ PASSOU,

MESMO QUE TENHA SIDO

O MAIOR ERRO DE SUA VIDA...

AGORA LEVANTE A CABEÇA E

DE A VOLTA POR CIMA.

A VIDA CONTINUA*

(a.d)
=> Acordei assim:
Lúcida..
Revirando gavetas lacradas,
inconscientes.
Faxinando sentimentos distorcidos, escondidos,
Espanado sonhos malfadados.
Escorraçando temores e dores,
lavando minh'alma do negativo e inconsistente.
Reencontro feliz de mim,
comigo mesma... mais madura
...linhas que tracei,frutos que colhi,
mágoas que causei,tombos que levei,
aventuras que somei,amor que doei.
Hummmm...a paz que traz!
Balanço necessário ao equilíbrio do meu EU,
interno e conspurcável.
Me sinto suave, cálido, leve,
generosa e serena.
Fortalecida e firme,
...me sinto em paz.
(a.d)
=>É assim que sou....
Na fresta da porta,
sou luza invadir penumbras.
No canto da boca,
sou sorriso despontando tímido.
Sob as pálpebras, semicerradas,
sou olhar sereno dos que confiam.
No peito, ritmado e constante,
sou pulsar caloroso dos que acolhem.
Sob os cabelos, anelados,
sou maturidade dos que viveram,
aprenderam e esperam.
Na liberdade da lágrima que corre...
sou expressão.
Nas mãos,estendidas,
amparo doado.
No coração, sou pura emoção.
Quando escuto, sou toda atenção.
Não julgo. Amo.
Não jogo. Vivo.
Não corro. Luto.
Não sou parte...estou inteira.
Mel e fogo em mim se mesclam,
e me fazem climática.
Requisito que me transforma
Fogo e amor.
É assim que sou.
(Rose Oliveira)

=> AMIGOS INTERLIGADOS

Ter alguém especial,é assim:

Poder confiar sem medo,tudo

Dar sem esperar retorno e ainda

Sentir vontade de se doar mais

Amar alguém especial é como...

Usar alguém como espelho e poder

Sentir-se reflectido nele,e assim;

Realizar-se na felicidade do outro

Você é pra mim,muito especial

Sei que também sou para você

Amor mútuo,e verdadeiro é o nosso

Longe ou perto,é assim que somos

Amigos de qualquer jeito

Felizes a qualquer preço

=> Quando falo dos sonhos,

me refiro a sonhar para

algo que será melhor,

para realizações pessoais,

sonhando sempre,

livres soltos sim,

pés no chão no sentido

de saber o que sonhar,claro ,

existem coisas impossíveis,

mas se sonharmos em

vivermos naturalmente,

aceitar o que não pode ser

mudado com solicitude e

força para seguir em frente,

alcançaremos a plenitude!!

(a.d)

->Tsunami
Revoltou-se o mar!
De suas entranhas explodiu o terror
No desabrochar violento das águas
Corrompendo a nossa paz
Despedaçando esperanças
Ceifando vidas(Quantas vidas interrompidas...)
O poeta, em seu triste canto,
disse:- Como não chorar?
Eu reafirmo: - Há que se chorar!
No entanto, é seco o meu pranto
Como ignorar as imagens de pessoas gritando?
Alucinadas, chorando...Desvalidas...
Crianças perdidas e mães
braços carentes, vazios...
Homens desesperados, impotentes
Ante a magnitude do assalto
Dor profunda!
E o homem tão pequeno...
Prisioneiro da cena
Da imperiosa destruição Suspenso,
no espanto, mudo
O pavor estampado na face
A incredulidade...O grito que escapa,
os lamentos...Na fúria das águas,
a devastação No refluxo,
os corpos tragados inertes, ou não.
Foram varridos milhares!
Roteiro monstruoso de vítimas traçou
Na passagem das gigantescas ondas
A impiedosa Rainha assomou
Sacudindo toda a costa e findou
Findou o desatino, o maremoto
Deixando um rastro de horror.
Agora resta o labor, a busca
A cura e a luta contra as infecções e epidemias
Outra rota de sofrimentos...
E dizem que tudo é passageiro
Essas ondas não passarão jamais
Escreveram uma história dura demais
Muitas desventuras ficaram
Não serão recuperadas as
lágrima sem que foram lavadas tantas perdas.
Senhor!
Acolhe em seu seio todas as vítimas Maria,
segura em seu colo nossas criancinhas
Abençoa, Pai, os que se salvaram
Perdoa-lhes o choro e conforta-lhes a dor
Ajuda-nos a ajudá-los.
Amém!
(a.d)
=>QUANDO PARTES...
(Luiz Poeta )

Quando eu me vou, deixo a saudade em meu lugar;
Ela é engraçada, espera a oportunidade,
E se debruça pela luz do teu olhar,
Mas não magoa, não maltrata,não invade...

Quando partes, as sombras se recolhem sobre o meu olhar.
É desmedida a saudade que, impiedosamente, me invade.
Eu me domino, pois não quero que partas a cismar.
Ou entristecido... e, desse jeito, o meu gesto te ilude.

Chega discreta... a saudade é sorrateira...
Fica rondando o amor que a gente sente,
Como uma chuva que parece passageira,
Mas quando chega, molha até a alma da gente.

E assim, vais, sem perceber como é devastadora
A dor da saudade que a tua partida alardeia.
Meu coração, submerso em um vendaval, receia.
Inunda-se de uma tristeza avassaladora.

Tomas um susto, quando no teu coração,
Os batimentos parecem te revelar
Que toda vez que tu sentires solidão,
Minha saudade vai querer te visitar....

Ao silêncio profundo eu me entrego...a lamentar
O coração pára, e já não sinto suas batidas
Parece que nesse momento adivinho, nossa despedida
Será sempre assim, passe o tempo que passar

Quando ela chega, toma o sonho pela mão
Como um pintor delineando um quadro a óleo...
E o amor que jaz num canto da emoção
Pula da dor, salta no brilho dos teus olhos.

E essa saudade... que acreditas passageira
Se apodera de todos os sonhos que antes eram meus
De alegres, todos se tornam tristes sem os teus
A dor se apossa do meu peito, qual fiel companheira

Ah... mas depois que essa saudade te maltrata,
Essa ingrata toma outra direção,
Discretamente ela volta e te retrata
Com a mesma cor do amor que há no meu coração.

Tens razão em um ponto: o que sustenta o meu amor
É essa mesma saudade que deixas, suportável somente
Porque sabe contar-me também da sua dor
E do amor que, ao voltares, hás de entregar-me novamente.
-> Para cada palavra um sentido...
(a.d)
Atrás da palavra
O que se pretende dizer
E mais atrás, um sentido
Que se deseja esconder

Para cada palavra, um mais-além
Um sentido
Que não esgota o pedido
Do indizível

Esquivo-me do gesto
Recolho-me na palavra
Reconheço-me, escolho
Ensaio a palavra justa

Palavras que caiam
Como pétalas diáfanas
Como gotas cristalinas
E cresçam no coração

Palavras refinadas,
Gentilmente moduladas
Espalhando a sensação
Do bem-querer

Mas sucumbo ante a palavra
Que esmaga e alucina
Reverbera na tristeza
Tirando a sustentação

Palavras inspiradas no medo,
Entoadas no desencanto
Que se dispersam no pranto
Em dissonante refrão

Palavras que excluem, que exasperam
Pondo a alma em desalinho
Petrificando a própria fala
Dilacerando o peito, em dor

É quando as palavras matam
E, quedo-me, muda, calada
Convocando de todos os cantos
A singular compreensão
-> Sombras
(Flori Jane)
Sombras... pedaços de vida exilados
Denunciando o suspeito e o insuportável
Resguardando em um casulo impenetrável
A tudo que, por medo, renuncio e condeno.

Sombras... que de tão vivas, tornaram-se sonoras
Chego a ouvi-las, perfilando-se na espera
Na expectativa ante um não que reverbera
Escravas incontestes do correr das horas.

Sombras... acobertadoras
De segredos inconfessos, diversos
Emparedando verdades, impondo lacunas
Cindindo-me em metades de trevas e luz .

Sombras, cujas trincheiras foram de improviso abertas
E que ganharam espaço, ao se verem libertas
Sombras... incuráveis feridas
Que mesmo contidas, sangraram.

Sombras quebrando barreiras, com a sua chegada
Desfazendo enganos, estilhaçando as vidraças
Mostrando, na inteireza, o barro de que sou feita
Expondo-me em nuances, na mais rude aspereza

Sombras, a refletirem luz ...
Revelando o sagrado, por tanto tempo contido
Liberando uma multidão de sonhos reprimidos
Desvendando os mistérios da razão cindida.

Sombras ... a desnudar-me
Deixando-me, por suposto, vencida
Impondo-se à consciência vezes seguidas
Mostrando-me, afinal, quem eu sou.

Sombras, iluminadas, por fim
Festejando a vida nas emoções soltas, fluídas
Águas revoltas lavando a alma ferida
E um Eu diferente, moldado em plena luz.
-> Grandes Esperanças
(Flori Jane)

Temos grandes esperanças para a raça humana
Acalentamos sonhos de proporções generosas
Vislumbramos conquistas e realizações esplendorosas
Sonhamos sonhos que nossos antepassados jamais ousaram alimentar

Pertencemos a um geração de criações apoteóticas
De imaginação pródiga, que beira as raias da insensatez
Do fantástico jamais outrora concebido
De conhecimentos contestados e de grandes verdades proferidas

Somos os detentores de uma tecnologia admirável
Nossos pés, pelos pés de destemidos astronautas
Pisaram o solo lunar, cruzaram galáxias
Já atingimos, neste universo, pontos tão distantes...

Fomos tão longe e, no entanto, ainda estamos tão perto
Tão perto de cometer atrocidades
De compactuar com abusos e tolerar iniqüidades
De colher o fruto amargo da devastação e do ódio que nos assola

Mas ainda assim temos grandes esperanças para a raça humana
Esperança de resgatar do sofrimento prolongado, tantas crianças abandonadas
Esperança de abolir ideologias separatistas
De combater os atentados contra a natureza e o homem

De garantir que a ética e os valores se sobreponham ao preconceito
Ao desrespeito à vida e integridade do ser humano
Sim, ainda temos esperança de que as religiões
Sejam fonte de convergência e amor ao próximo

Ainda temos esperança de cura para a nossa doença
Temos esperança de que a diferença não se constitua em fronteira
Que haja comunhão entre os povos de todas as línguas
E que a justiça seja a nossa única bandeira

Temos esperança de que possa o homem viver com dignidade
E que o bem consiga sempre sobrepujar o mal
Que os olhares se encontrem e não mais se desviem
Que as mãos se toquem e não mais se harmonizem na agressão

Que os braços se enlacem, envolventes, e não mais se distanciem
Que os lábios comunguem solidárias preces
Que os corações se unam com eloqüência nas asas da humildade
E que amor seja o caminho, uma miríade de estrelas a brilhar no céu de cada um de nós

Que a alegria possa refletir-se no riso de nossos velhos e nossas crianças
A desesperança e a dor sejam relegadas ao esquecimento
Que a cada manhã possamos, em uníssono, reescrever a nossa história
Pois ainda são grandes as nossas esperanças para a raça humana.

->A Distância
(a.d)

A intransponível distância
Que se interpõe entre nós
E que projetou para longe
De mim, amor, seu olhar

A distância que me castiga
Que descolore os meus dias
Tirando-me, insidiosamente, o alento
Deixando-me, mais do que nunca, só

Essa distância que me maltrata
E sem consentimento
Tira dos meus olhos o brilho
Tornando-os perdidos, vazios

A distância que derruba sobre mim
Poeira de estrelas longínquas
Retirada de antigas lembranças
E soluços de uma saudade intensa

É a mesma distância que me oprime
E que ao fim de cada dia,
Corrompe minha alegria
Impedindo-me de viver

Não me censure por amar-te tanto
E encurta essa distância
Voltando pela mesma porta
Em que fiquei a esperar.