=>QUANDO PARTES...
(Luiz Poeta )

Quando eu me vou, deixo a saudade em meu lugar;
Ela é engraçada, espera a oportunidade,
E se debruça pela luz do teu olhar,
Mas não magoa, não maltrata,não invade...

Quando partes, as sombras se recolhem sobre o meu olhar.
É desmedida a saudade que, impiedosamente, me invade.
Eu me domino, pois não quero que partas a cismar.
Ou entristecido... e, desse jeito, o meu gesto te ilude.

Chega discreta... a saudade é sorrateira...
Fica rondando o amor que a gente sente,
Como uma chuva que parece passageira,
Mas quando chega, molha até a alma da gente.

E assim, vais, sem perceber como é devastadora
A dor da saudade que a tua partida alardeia.
Meu coração, submerso em um vendaval, receia.
Inunda-se de uma tristeza avassaladora.

Tomas um susto, quando no teu coração,
Os batimentos parecem te revelar
Que toda vez que tu sentires solidão,
Minha saudade vai querer te visitar....

Ao silêncio profundo eu me entrego...a lamentar
O coração pára, e já não sinto suas batidas
Parece que nesse momento adivinho, nossa despedida
Será sempre assim, passe o tempo que passar

Quando ela chega, toma o sonho pela mão
Como um pintor delineando um quadro a óleo...
E o amor que jaz num canto da emoção
Pula da dor, salta no brilho dos teus olhos.

E essa saudade... que acreditas passageira
Se apodera de todos os sonhos que antes eram meus
De alegres, todos se tornam tristes sem os teus
A dor se apossa do meu peito, qual fiel companheira

Ah... mas depois que essa saudade te maltrata,
Essa ingrata toma outra direção,
Discretamente ela volta e te retrata
Com a mesma cor do amor que há no meu coração.

Tens razão em um ponto: o que sustenta o meu amor
É essa mesma saudade que deixas, suportável somente
Porque sabe contar-me também da sua dor
E do amor que, ao voltares, hás de entregar-me novamente.

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