(...) Eu sou feito de estrelas derretidas,

e sangue do infinito.

Com meu toque descubro as

várias coresdos âmagos dormidos.

Vou ferido de místicas miradas,

e carrego os suspiros efervescendo

em sangues invisíveis até o sereno

triunfodo imorredouro amor pleno de Noite.

Conhecem-me as crianças,

e me coalho em tristezas.

Em contos de castelos e rainhas sou corola de luz.

Sou incensáriode cantos desprendidos

que caíram envoltos em azuis

transparências de ritmo.

Em minh'alma perderam-se

solenescarne e alma de Cristo,

e finjo entardeceres de tristeza,

melancólico e frio.

O bosque inumerável.

Conduzo as caravelas de

meus sonhos para o desconhecido.

Guardo esta amargura solitáriade

não saber meu fim nem meu destino. (...)

(García Lorca)

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