Cristal

Cultivo a minha rosa no mais puro cristal,
mas uma febre me rói pétalaa pétala
com uma fome louca e da flor resta a jarra solitária.
Um cavalo galopa no meu peito,
com seus cascos de fogo me transporta ao delírio,
à neblina da memória.
Tenho uma cruz na boca,
tenho terranos olhos e uma noite me solapa cruel,
sorrindo escárnio e pus e campa.
Leva-me a insânia numa sem regresso
viagem pelos pântanos escuros
da alma em sua procura esconsa e azeite
e sei quem sou na forma do poema.
(José Carlos Brandão )

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