É DOCE ENVELHECER



É DOCE ENVELHECER
É doce envelhecer quando
o que avança é ir
recrudescendo a inteligência.
Entra-lhe o mundo no vagar.
Decanta o seu volume
inteiro de contenda.
Transporta-se.
E entrega na palavra
a inteligível criação.
Entrega o desenvolvimento.
O pulso.
A trama que ajustam
sua refundação aberta.
E a doçura de se ir
vendo alarga o envelhecimento
a quase ciência.
Uma ciência onde
o enigma é alma.
E onde o mundo contunde.
Insiste. E pesa.


(Fernando Echevarría)
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