Livre...

Meu coração, hoje, ilha infecunda
Onde já não brota nenhum sentimento
Vaga, sozinho, nas noites moribundas
Isento de lástimas, desgostos e tormentos

Deleita-se em passar mudo pela vida
Com os ouvidos surdos para o seu grito
Ignorando desamor ou gestos de acolhida
Ou maus da noite e seus caminhos esquisitos.

Na sua ilha infértil morreu qualquer anseio
E ao seu redor só águas frias e baças de solidão
Nós que o seguram sobre cordas bambas de oscilação

Já não o imantam as cantorias e os enleios
Nem aqueles males que te propões dispersar
Soltou-se da rede, nas águas rasas, deste teu mar.

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