Todos os sentidos, sem sentido...
Sorrir com os olhos, falar pelos cotovelos,
meter os pés pelas mãos.
Em mim, a anatomia não faz o menor sentido.
Sou do tipo que lê um toque, que observa
com o coração e caminha com os pés da imaginação.
Multiplico meus cinco sentidos por milhares e
me proponho a descobrir todos os dias novas formas de sentir.
Quero o cheiro da felicidade, o gosto da saudade,
o olhar do novo, a voz da razão e o toque da ternura.
Luto contra o óbvio, porque sei que dentro de mim
há um infinito de possibilidades e embora sentimentos
ruins também transitem por aqui, sei que devo conduzi-los
com a força do pensamento até a porta de saída.
Decidi não delegar função para cada coisa que eu quero.
Nem definir o lugar adequado para tudo de bom que eu sinto.
Nossos sentimentos são seres vivos e decidem sem nos consultar.
A prova de que na vida, rótulos são
dispensáveis e sentimentos inclassificáveis.
*Fernanda Gaona*
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