ASAS


ASAS


Terra, nada reténs que o verme não carcoma!...
Tudo nasce e caminha ante o poente aziago...
Toda pompa a luzir, qual furacão num lago
Túrbida agitação sobre a undiflava coma...


Na urna de Moisés vês longínqua redoma
No fausto de Alexandre, um painel triste e vago...
A cinza sepulcral dos salões de Cartago
Soterrou no silêncio os mármores de Roma...


Duas asas, porém, na rota em que flutuas
Sustentam-te no Espaço, impassíveis e cruas
Nenhuma alteração que leve as entrecorte.


Libram com Deus e a Vida em suprema conquista...
Tribos, povos, nações... Nada que lhes resista...
Uma a clava do Tempo, outra a sega da Morte!


Antônio Cunha Mendes

Nenhum comentário:

Postar um comentário