LUAR DE LÁGRIMAS


LUAR DE LÁGRIMAS

Hosanas de perdão e de bondade
De celestial misericórdia santa
Abençoam toda essa claridade
Que na harmonia das Esferas canta.

Preces ardentes como ardentes sarças
Sobem no meio das divinas messes.
Lembra o vôo das pombas e das garças
A leve ondulação de tantas preces.

E quem penetra nesse ideal Domínio,
Por entre os raios das estrelas belas,
Todo o celeste e singular escrínio,
Todo o escrínio das lágrimas vê nelas.

E absorto, penetrando os Céus tão calmos,
Céus de constelações que maravilham,
Não sabe, acaso, se com os brilhos almos,
São estrelas ou lágrimas que brilham.

Mas ah! das Almas esse azul letargo,
Esse eterno, imortal Isolamento,
Tudo se envolve num luar amargo
De Saudade, de Dor, de Esquecimento!

Tudo se envolve nas neblinas densas
De outras recordações, de outras lembranças,
No doce luar das lágrimas imensas
Das mais inconsoláveis esperanças.

*Cruz e Souza*

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