Última lágrima

Na sua insensibilidade
nem viste com que maldade
meu
coração sangrou,
nos sonhos espezinhou...
Na despedida,
com a mesma frieza de sempre
nem viste a lágrima quente
que pelas faces não rolou,
e no coração gotejou
como ácido quente
matando por dentro
todo carinho, respeito e amor
que um dia a ti doei...
Na última lágrima retida
foi que de ti me livrei.
(a.d)

Eu sou!

Eu sou!
Eu sou o quê?
Será que alguém sabe responder?
Quem sou eu além daquele que quero ser?
Mas quem sou eu sem ser
este que aqui está á tua frente?
Sou o que vês...ou o que quero mostrar.
Se olhares com atenção,
poderás ver vários "eus", o eu que fui,
o eu que sou e o eu que ainda serei.
Eu fui aqueles momentos...eu sou este momento!
Sou acima de tudo e antes de mais nada...sentimentos!

Já escondi um Amor com medo de perdê-lo


(Tem tudo de mim nesse poema )
*******

Já escondi um Amor com medo de perdê-lo,
já perdi um Amor por escondê-lo. ...
Já expulsei pessoas que amava de minha vida,
já me arrependi por isso.
Já acreditei em amores perfeitos,
já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram,
já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei...horas na frente...do espelho
tentando descobrir quem sou,
já tive já tive tanta certeza de mim,
ao ponto de querer sumir...
Já fingi não dar importância
às pessoas que amava,
para mais tarde chorar
quieta em meu canto...
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena,
já deixei de acreditar nas que realmente valiam...
Já senti muita falta de alguém,
mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar,
já calei quando deveria gritar...
Já sonhei demais,
ao ponto de confundir com a realidade...
Já chamei pessoas próximas
de "amigo"e descobri que não eram...
Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada
e sempre foram e serão especiais para mim.
(Clarisse Lispector)
Não se envergonhe de ser humilde.
A humildade consiste no conhecimento
perfeito daquilo que somos e que podemos,
sem fantasiar-nos com qualidades que não temos.
Humildade não é posição de corpo nem
de tom de voz: é posição de espírito,
que sabe o que é e o que pode,
e não precisa manifestar-se aos
outros: vale para si mesmo.
Seja, humilde !
.

.

Decifra-me


Decifra-me

Não me pergunte se te amo
Jamais te direi com palavras
Meus sentimentos por ti
Sou sinônimo de mistério

Não terás as respostas pelos
meus lábios
Tampouco te direi como obtê-las
Terás que descobrir...

Talvez através do brilho dos meus
olhos quando olhas para mim
Talvez pelo tom de minha voz
quando te falo do meu amor

Ou talvez, quem sabe, pela maneira
que te toco, quando estamos a sós
Descubra você mesmo,
Mas não me perguntes

Não te direi com palavras
Saberás,
se souberes procurar...
Se realmente me amas como dizes,
acharás as respostas...

Elas estão fragmentadas em mim
Aos poucos,
montarás um quebra cabeça
E, se no final,
souberes interpretar a charada,
saberás o que sinto por ti

Mas não demores muito
tentando me entender.
Não conseguirás, eu sei!
Somente... decifra-me se puderes

Enquanto isto, me ame,
como jamais amou
Abra seu coração para mim
E deixa-me ser dona de teu amor

Se te sentires feliz,
talvez descubras o quanto te amo
(a.d)

Eternidade!!

Eternidade!
(Eduardo Baqueiro)
Caminhei por lugares desconhecidos,
Em um tempo já esquecido
Fragmentos de minhas lembranças
Em muitas vidas, sempre tua presença!

É um amor que ainda não amadureceu,
Que teima em me perseguir,
Sempre me cobrando
As emoções que nao se realizaram.

Finjo que nada sei,
Finjo que posso seguir sem tua presença
No turbilhão desta vida tão agitada,
Finjindo nao saber o que sei.

Enganando meu coração
Que, de triste, finge acreditar
Mas que sangra
Das feridas que não cicatrizaram.

Busca Interna


Busca Interna
(Eduardo Baqueiro)

O tempo passou tão depressa
E hoje, olhando no espelho,
Vejo algumas rugas
E alguns cabelos brancos.

Até agora você era culpada
por esses estragos em meu corpo
e pelos estragos maiores em minha alma.

Mas hoje o espelho me revela a verdade.
Minhas dores não são tua culpa,
apenas são dores que trago no peito
pela tua ausência.

Perdi você
e, junto, perdi uma parte de mim mesmo.

Andei perdido,
sempre te culpando pelas minhas dores
e hoje o espelho me diz que é hora de parar.

Hoje, eu acordo de meus pesadelos.
Hoje, eu quero sonhar,
quero matar as minhas dores,
que não são suas,
são somente minhas.

Perdoe-me, querida, pelas minhas faltas
e pelos meus excessos.

Hoje, o espelho me ensina a dura realidade.
Devo aprender a andar com meus próprios pés.

Hoje, deixo tua alma em paz
e me separo, em definitivo, de você.

Seja feliz.

Sonhos de menina

Sonhos de menina
Somos feitos de sonhos...
Deixamos muitos sonhos esquecidos em algum lugar,
Em algum tempo no passado
E, de vez em quando eles nos trazem saudades...
Encontrei uma boneca dos sonhos coloridos de alguém que muito amei!
É só uma boneca meio esquisita, pouco bonita...
Mas quero que ela ainda faça alguém sorrir ou chorar,
não sei... Ela representa mais um sonho
que se desfaz para dar lugar à realidade
Mesmo que pareça tarde...
Acho que a vida é assim!
Somos catadores de sonhos
Um aqui, outro acolá.... e assim vivemos...
Ou será que assim sonhamos?
Como é bom sonhar!
Sonhar com o impossível
Sonhar acordado deixando o tempo passar
E às vezes ser surpreendido pela beleza... a poesia que volta
Mesmo que seja através de um velho brinquedo:
Uma velha e nem tão bonita boneca
Que um dia guardou os sonhos
De alguém que foi dona dos meus sonhos...
(Eduardo Baqueiro)

Flor de Lótus

No dia em que a flor de lótus desabrochou

A minha mente vagava, e eu não a percebi.

Minha cesta estava vazia e a flor ficou esquecida.

Somente agora e novamente, uma tristeza caiu sobre mim.

Acordei do meu sonho sentindo o doce rastro

De um perfume no vento sul.

Essa vaga doçura fez o meu coração doer de saudade.

Pareceu-me ser o sopro ardente no verão,

procurando completar-se.

Eu não sabia então que a flor estava tão perto de mim

Que ela era minha, e que essa perfeita doçura

Tinha desabrochado no fundo do meu coração.

(Tagore )

Uma sensação muito estranha,

Uma sensação muito estranha,
algo difícil de explicar...
como se um anjo
Acariciara-me a alma...
e meu coração quisera voar...
De repente, uma invasão de silêncio...
como se os pássaros deixassem de cantar,
o vento que revolvia meu cabelo,
por um instante, deixou de soprar...
Em verdade não tinha muito claro
se estava sonhando, ou se era realidade...
...que tempo durou o feitiço...
...um segundo...ou uma eternidade?
Só sei que alucinaram meus sentidos,
o dia que meus olhos, conheceram teu olhar...
(Juan Andrés Leiwir)

Quer saber quem sou eu?



Quer saber quem sou?
É fácil!!! Observe o dia nascer,
e toda a esperança que ele traz,
Sinta o vento acariciar seu rosto,
como o mais doce beijo,
Ouça o canto dos pássaros,
e toda a ternura nele contido,
Sinta o perfume das flores,
e todo frescor que elas trazem,
Olhe para o céu,
e busque a lua bela e suas diversas fases,
que trazem todo o meu mistério,
Olhe o brilho de cada estrela,
que revelam o segredo do meu olhar,
Encontre-me no sorriso de uma criança,
que revelam minha alma menina,
Sinta o sol aquecer seu corpo,
que traduz toda a minha sedução,
Apenas não busque explicações,
Pois sou pura emoção,
muitas vezes contradição,
Amor em forma de explosão,
lágrima e sorriso em comunhão,
E esqueço a chamada razão,
em nome da paixão,
Sigo somente meu coração,
E você já sabe quem sou?
Então olhe em meus olhos,
e toque em minhas mãos,
sinta todo o meu calor,
E descubra que sou tão somente,
Uma mulher.
(a.d)

Você foi

Você foi Você foi meu amigo
Que segurou minha mão
Na hora que mais precisei
Você foi meu confidente
Dos meus segredos
Mais profundos
Você foi minha voz
Quando não podia
Gritar para o mundo
Você foi minha alma
Que me dava vida e coragem
De acordar todas as manhãs
Você foi minha paixão
Você foi meu amor
Meu eterno
Você foi tudo pra mim
E deixou tanta saudade
E hoje não tenho nada
Não tenho você
Não tenho a mim.

Um dia você se ergue e esquece tudo que foi dito.

"Um dia você se ergue e
esquece tudo que foi dito.
Um dia você acorda do sonho
que pensou ser seu e na verdade nunca foi.
Ilusão mata o amor e constrói dúvidas."

Um dia verás o quanto estás perdendo
por não viveres teus sentimentos,
por dares ouvidos apenas a voz da razão...
nesse instante certamente uma
lágrima silenciosa turvará o teu coração...
(Regina Azenha)

tapei-te os olhos...

Tapei-te os olhos...Cativei a tua atenção...
Li-te este belo poema em jeito de canção...
E transbordando de emoção...
Pedi-te que em teu coração...
Decifrasses o profundo
Eu com toda a tua dedicação!
O Eu que tão perdido andava...
O Eu que tanto procurava...
O Eu que te encontrou...
O Eu que na sua fortaleza se fragilizou...
Quando pelo mundo tanto buscou...
Um outro Eu que pudesse um dia ser também seu...
"Quem busca sempre alcança"...Não de um acaso,
mas por uma razão da vida...
O contacto e a conquista foram desde logo sentidos...
O calor que percorreu meu corpo foi sinal...
O entendimento comungado num efémero espaço de tempo...
O muito querer e de um jeito meio sem querer nada dizer...
A dor de desde logo te ver partir a cada centímetro que nos afastava...
Por muito que o quisesse calar...
a sua força acabou por se revelar...
... palavra que nunca usei...
que não te enganes e penses que não sinto...Não!...
É uma palavra que não se usa...
é sim um sentimento que se sente...Como?
como saberei o que sentes se não me dizes?...
O melhor é mesmo mostrar... demonstrar...
descrever...O Sol brilha... mas longe do brilho do teu olhar...
A saudade aperta... o peito dói...
A liberdade chega...
os meus olhos vêm os teus...
A alegria inunda o meu ser...
E nada mais consegui escrever...
Apenas fico a sentir... a sentir-te...
E nesses momentos a certeza do
que sinto...Sentimento belo e único que me faz voar...
Voar para lá do horizonte e do atingível...
(a.d)
"Me permitir ser um pouco insignificante.
E na minha insignificância,
poder acordar um dia
mais tarde sem dar explicação,
conversar com estranhos,
me divertir fazendo
coisas que nunca imaginei,
deixar de ser tão misteriosa pra mim mesma,
me conectar com as minhas
outras possibilidades de existir."
(a.d)

EN PASSANT...

Passando aqui só para ver o meu amor
bailando nos compassos de tua canção
tão doce que pareço o meu feliz
cantor numa ária de amor vibrando o coração
passando aqui de novo para relembrar
tantas foram as primaveras sem verão
perdidas da esperança de poder voltarao
leito de descanso dessa compulsão
de reviver o teu amor sem sofrimento
ainda que amar te seja apenas ilusão:
passando só para falar do sentimento
e todo esse lamento de não ter razão.
(Afonso Estebanez)

Sonhos Aparentes

Sou a canção que foge lenta
num cheiro mais de lassidão
que a brisa das tormentas
Olhando o mundo,
sou apenas um espectro
que refugia todo o meu eu
do qual fujo só
Entrego-me aos braços do vento
divina imensidão das cores,
as certezas que abalam,
antes do principioou depois do fim
(Michael Garmach)

COMPLEXIDADE

A palavra que transcende
sentimentosé mais precisa e veloz
que o amor e a dor
Escrevo com a voz calada
versos de poemasdo amanhã
que nunca chega
opostos ao tempo de momentos eternos
Indago a complexidade
do entender da vida,
como se a dúvida
fosse a convicção,
pouco importando se dela me ausento
pela vertente da ilusão
(Conceição Bentes)

CONCISA

Olhos que passam sem ver
vidas que morrem pra renascer
vivem sortilégios da verdade
que valse iam nos ares iluminando "luares"
Pelas esquinas do mundo em cada piso,
em cada chão levam rostos perdidos
marcados na contradição
Do romantismo saudoso
passo a pensar e viver
,um estado libertário dispersivo e pesaroso,
esse é meu novo proceder
(Conceição Bentes)

Poesia

Com a inquietação de toda a vida que se aproxima
Desce também sobre mim o destino implacável como a noite
Colhendo tudo de surpresa, chegando de cima.
O vento joga no meu rosto as sombras das vozes passadas,
Os ruídos eternos, o eco dos inextinguíveis silêncios
Nascidos das confissões estancadas.
Vazios e inúteis como as vigílias sem cansaço
São meus pedidos de auxilio para uma germinação estranha de ímpetos
Que correm para mim, semeados no espaço.
Meus sentidos se prolongam na agonia da tarde
Procurando encontrar na treva da noite
O fim misterioso e sem alarde.
Minha existência é o ultimo pensamento no estertor do suicida
Que abraça a morte Esperançoso de vida.
(Adalgisa Nery)

Cristal

Cultivo a minha rosa no mais puro cristal,
mas uma febre me rói pétalaa pétala
com uma fome louca e da flor resta a jarra solitária.
Um cavalo galopa no meu peito,
com seus cascos de fogo me transporta ao delírio,
à neblina da memória.
Tenho uma cruz na boca,
tenho terranos olhos e uma noite me solapa cruel,
sorrindo escárnio e pus e campa.
Leva-me a insânia numa sem regresso
viagem pelos pântanos escuros
da alma em sua procura esconsa e azeite
e sei quem sou na forma do poema.
(José Carlos Brandão )

O DOM DE SONHAR

O DOM DE SONHAR
A esperança engana.
Mente o sonho.
Eu sei.
Que mentiras lindas
eu mesma inventei
e contei pra mim ...
(Helena Kolody)

Não sei porque, quando canto,

por mais alegre a canção,

tem uma gota de pranto

que vem do meu coração.

(Adelmar Tavares)

As Lendas da Sexta-feira 13. Faça Magia sim!

As Lendas da Sexta-feira 13. Faça Magia sim!
Existem váris histórias a respeito da sexta-feira 13.
Uma delas é a crença que surgiu entre os Celtas, antigo povo europou. Segundo eles, a deusa do amor, Friga, estava insatisfeita com a conversão de seus fiéis ao cristianismo.
Para se vingar, ela passou a se reunir todas as sextas-feiras, com mais 12 pessoas, para rogar pragas contra seus antigos seguidores.
E foi a partir de histórias como esta, que o 13 passou a ser considerado o número do azar.
Faça magia na sexta-feira treze, pois só assim vamos inverter o significado deste dia.
E, toda magia feita, deve ser para o astral do planeta. As bruxas tendem a se unir exatamente por este motivo.
Respeito e paz no mundo. Wicca agradece!
“Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante.”
(Albert Schweitzer)

Lenda***** " Não Durma "

" Não Durma "

:: Seu nome era Samira. Era uma bela garota nascida em Israel, pele morena, cabelos longos e lisos, olhos negros e profundos. Parecia uma garota normal, mas tinha pesadelos. Terríveis pesadelos, cuja culpa colocava nas guerras de seu país. Quando ela completou quatorze anos, seus pais resolveram vender a casa e se mudaram para Londres, na esperança de ajudar a filha. Como estavam enganados. Nas noites que se seguiram, os pesadelos da jovem Samira ficaram ainda piores. Toda noite, ao fechar seus olhos, a escuridão tomava conta dela. Mas não era uma escuridão comum, era pesada e fria, como se não houvesse nada ali. E então aquela criatura aparecia. Era um homem, seus ossos aparecendo sobre a pele puxada, completamente nu e careca. Onde deveriam estar seus olhos havia duas órbitas vazias, como se eles tivessem sido arrancados, e sua boca tinha sido costurada em um insano sorriso eterno. Nos primeiros encontros, sentira pavor daquilo, mas ele nunca lhe tinha feito mal. Era seu guia. Ele a guiava pela escuridão até que ficasse mais clara. Mas o que via não era melhor. Passava por portões negros, para dentro das ruínas carbonizadas de uma cidade, impossível de dizer se era nova ou velha. Ali a escuridão estava viva, em formas indistintas cujos sorrisos eram as únicas coisas que pareciam reais. E havia pessoas. Pessoas que eram rasgadas pelas sombras, gritavam por piedade e tentavam correr, embora soubessem que não havia salvação. O estranho homem passava por elas sem se importar, e a guiava até o centro do lugar, onde estava o Palhaço. Era um homem de sorriso zombeiro e riso demente, com a maquiagem de palhaço borrada e pernas de bode que estalavam nas pedras. - Eles vêm pra cá, por que merecem estar aqui – dizia ele a garota entre risos. – Mas você não merece estar aqui. Não quer vir pra cá, então não durma! Era nessa hora que Samira acordava chorando. Mas não havia nada que pudesse fazer, já havia freqüentado todos os psicólogos, todos os terapeutas, e de nada adiantava. Toda noite, quando dormia, era levada pelo guia cego até o palhaço e ouvia as mesmas palavras que a faziam acordar apavorada. Uma noite, ainda seguindo o fiel guia, resolveu fazer-lhe uma pergunta. - Por que sempre está rindo, se não é feliz? O guia virou-se para ela, os buracos de seus olhos quase voltados na sua direção, mas não respondeu. Não podia falar. Então virou-se para a frente de novo e recomeçou a andar. Samira o seguiu, mas segundos depois, ele desapareceu. A garota entrou em pânico, olhando a volta à procura de seu guia, mas via apenas as sombras e suas vítimas. Parou, chorando de medo, rezando para acordar, mas continuava ali. Então ouviu os passos. Toc-toc-toc, o som de cascos batendo na pedra e chegando mais perto. O palhaço dos cascos de bode apareceu ao seu lado, com um grande sorriso maldoso. - Boa notícia – disse ele – Você merece vir pra cá. Vou te levar pra um passeio comigo pela minha terra. Samira deu um grito de pavor, dando-lhe as costas e desatando a correr. Forçava-se a ir mais rápido, como nunca em sua vida, mas os cascos estavam sempre próximos a ela. Depois de muito tempo correndo, acabou tropeçando e caiu. Quando levantou o rosto, o Palhaço estava a sua frente. - Deixe-me ver esses braços. - pediu, antes de segurar seus braços e com as longas unhas, cortar seus pulsos. - Pra você vir mais rápido, amorzinho. Você tem uma missão, merece vir pra cá. Quando viu o sangue escorrendo, Samira gritou ainda mais assustada, acordando. Por um segundo pensou que estava a salvo, mas então viu seu lençol manchado de sangue e os pulsos abertos. Seus pais entraram logo depois, e a levaram para o hospital. Os médicos cuidaram dos cortes, e a polícia interpretou aquilo como uma tentativa de suicídio, pois não era possível que alguém tivesse entrado na casa. Ou que um palhaço de seus pesadelos a atacasse em sonhos. Samira decidiu que nunca mais dormiria, para nunca voltar para aquele mundo de terror. Começou a tomar remédios para manter-se acordada, e nos anos que se seguiram, acabou se viciando neles. Com dezoito anos, não conseguia sair de casa, tampouco cursar a faculdade, apesar de sempre ter sido uma ótima aluna. Tudo para ficar longe dos demônios e de seus sorrisos diabólicos. Um dia, ficou sozinha em casa, e ao descer para a cozinha, encontrou o palhaço lá. Estava sonhando acordada. - Vou esfaquear seus pais. – ele disse, passeando em volta do fogão. – Você tem problemas, vão colocar a culpa em você. Vai ser divertido, não vai? Ele começou a rir, enquanto Samira chorou. Correu para o banheiro e abriu a caixa de remédios no chão. Todo o seu conteúdo se espalhou pelo chão, enquanto ela pegava desesperada três potes de pílulas. Entrou na banheira e tomou os remédio de uma vez. Fechou os olhos e nunca mais acordou. Quando seus pais voltaram e a encontraram, pensaram que a filha enfim conseguira se matar, e se sentiram culpados. Mas concordaram que ela estava em um lugar melhor agora, longe de tudo o que a apavorava. Como estavam errados. Eu estou com medo. Voltando para o mundo da escuridão, enquanto alguma coisa arranha a porta do meu quarto tentando entrar, me impedindo de fugir. O Palhaço disse que mereço estar aqui, para que descreva o que vejo pela janela. O que eu vejo são monstros de sombra torturando pessoas, com seus sorrisos malignos. E vejo Samira. Ela me contou sua história quando apareci lá pela primeira vez, vagando por aquele mundo. No começo, eu a achava muito bonita, mas logo apareceu careca e nua, implorando por ajuda. Eu tentei lhe explicar que não podia fazer nada, só podia ir para lá quando dormia, e, não sei explicar, achava que isso deixaria o palhaço furioso. Dias depois, seus olhos haviam sido arrancados. - Eu quero ver! – ela gritava para mim, mas sem me ver. – Eu preciso da luz! Da luz... Logo depois, apareceu com sua boca costurada em um sorriso assustador, e nunca mais falou nada. Mas isso já faz muito tempo, agora ela simplesmente vaga, sempre pelo mesmo caminho, mesmo sem ver, levando outras crianças até o palhaço. Elas a seguem, talvez porque sabem que ela um dia já passou por isso. Mas acho que Samira se esqueceu desse tempo. Acho que se acostumou a ser só mais uma criatura amaldiçoada a vagar sem ver, sem pedir ajuda. Condenada a sorrir naquele mundo do mal. O Palhaço diz que vou acabar como ela, se me pegar. Por isso tranco a porta e me escondo na cama. Ouço um rangido de porta sendo aberta. Toc-toc-toc. Viro-me e vejo seu sorriso maligno. Toc-toc-toc Eu não mereço me transformar em algo como Samira. Toc-toc-toc A minha história está acabando, mas ainda posso avisá-lo. Fique longe dos guias. Fique longe da escuridão. Fique longe do Palhaço das Pernas de Bode. Não durma.
Sozinho, estou a desejar;
Talvez, alguém a encontrar;
Que me ouça cantar;
Que me faça sonhar.
Todas as noites de luar;

Em sua companhia,
quero estar; Sentindo em seu olhar;
A luz de me apaixonar.
Se distante estiver;

Não pense em sofrer;
Somente em me ver;
Para eternamente viver.
Teu coração, ao meu irei juntar;

Para nunca mais separar;
Alcançando o sublimar;
Do verdadeiro amar.
(a.d)

Meu coração

MEU CORAÇÃO
Meu coração,francamente não te entendo.
Estás localizadoabaixo da minha cabeça e,
no entanto, estás sempre voando
enquanto a minha cabeça
fica sempre com os pés no chão.
Caminhas ao lado das minhas melhores
emoções mas, muitas vezes,
complicas a minha vida
quando andas de braços
dados com as minhas adolescentes paixões!
Toma jeito!Não...É melhor continuar louco,
pois são as tuas loucuras
que me trazem a felicidade.
(Orlando Vaz Carneiro)

Não me Ame pela Beleza...

Não Ame pela Beleza
pois um dia ela acaba;
Não Ame por Admiração pois
um dia você pode se decepcionar;
Ame apenas, pois o tempo nunca pode acabar
Com um grande
Amor sem Explicação!
(Madre Tereza)
O мαis difíciL não é lutαr por αquilo
que sє gostα,є siм dєsistir do que
vc мαis αмα;eu dєsisti......
мαs não pєиsє que foi por
não tєr мαis forçαs prα lutαr,
є siм por não tєr мαis coиdiçõєs de sofrєr!
(D.A.)
Mais Um Adeus
Novamente se repete,
raio de sol tenebroso
dentro de mais um adeus,
outra vez solidão,outra vez sofrimento.
Quer a separação!
Uma vontade de chorar
machuca o peito e este raio de sol persiste.
Delírio, humor venenoso,vento forte assobia
em meu coração,agonia na separação!
Meu dia se fez noite,rosas murcharam nos vasos,
jardim chora desilusão!
Separação amarga,fel derramado na alma,
porta se fechando,
assim que o sol se foi mais um adeus!
(Marta Peres)

Não devias invadir meu mundo assim..

Não devias invadir meu mundo assim.
Sou filha da sensibilidade,
Tudo é intenso em mim...
Seu amor poderá ser minha verdade.
Desconheço histórias sem fim,
Amar sempre será realidade,
Meu coração é todo carmim,
Acreditará na tua sinceridade...
Terás que renovar carinhos,
Não deixar-me em caminhos,
Que não possas estar ao meu lado.
Sou felicidade quando apaixonada,
Inteira na emoção de quem é amada,
E jamais quero meu coração machucado!...
(Cida Luz)

Sou assim....

Sou Assim...
Sem pensar na razão
Entrego-me ao amor,
Perco-me no tempo
E me surpreendo comigo mesma...
Sou os sonhos
Mais improváveis
Mais sonhados
.Apenas...Sou Assim.
(Storari)

Meus brinquedos

Meus brinquedos
"De repente
Ao lembrar dos brinquedos queridos
Que ficaram esquecidos
Dentro do armário
Me bate uma saudade
Me bate uma vontade
De voltar no tempo
De voltar ao passado
Mas nada acontece
Nada parece acontecer
E eu choro
Choro como o bebê que fui
E a criança que quero voltar a ser
Não quero crescer!"
(Clarice Pacheco)

O Amor

O Amor
*Gibran Kahlil Gibran *
Então, Almitra disse: “Fala-nos do amor.”

E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão,
e um silêncio caiu sobre todos, e com uma voz forte, disse:
Quando o amor vos chamar, segui-o,

Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos
Como o vento devasta o jardim.
Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,
Assim ele vos crucifica.
E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,
Trabalha para vossa queda.
E da mesma forma que alcança vossa altura
E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes
E as sacode no seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
No pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós
Para que conheçais os segredos de vossos corações
E, com esse conhecimento,Vos convertais no pão místico do banquete divino.
Todavia, se no vosso temor,Procurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
E abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações,
Onde rireis, mas não todos os vossos risos,
E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio
E nada recebe senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.
Porque o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga:“Deus está no meu coração”,
Mas que diga antes:"Eu estou no coração de Deus”.
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,
Pois o amor, se vos achar dignos,
Determinará ele próprio o vosso curso.
O amor não tem outro desejo
Senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,
Sejam estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
Que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado
E agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-diaE meditardes sobre o êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado,
E nos lábios uma canção de bem-aventurança.

Flor de Liz

FLOR DE LIZ
Flores e cores, harmonia abençoada.

Sementes que brotaram e vingaram
As mãos do Criador as pintaram.
Botões em esplendor, damas delicadas
.Dentre elas, eu, mulher consagrada.
Sou acácia, lírios, alva margarida.
Violeta atrevida, face colorida.
Rosa, majestade cetim, rubim.
Inebriante perfume,
doce jasmim.
Quando amo, sou uma magnólia altiva!
Feminina em graça e mesuras
Amor perfeito, certeza trago no peito.
Orquídea rara, não tem defeitos.
Excelência em beleza e candura
Por ti sou flor, fascínio e ternura.
Tu me dás aquilo que preciso, o viço.
Dália sempre vestida de festa.
Dias em que sou tão feliz e modesta
Flor de Liz que traduz do amor o sentido!
( Tânia Mara Camargo )

A Lua

A LUA
Que hoje me faz companhia
Com sua beleza
O céu irradia
Tão linda
Esplendorosa
Por debaixo das nuvens
Timidamente se esconde
E passeia pelo céu toda prosa
Ela Que é tua
E é minha
Abrilhanta o céu
Nos trazendo alegria
Tão distante e tão perto
Aproxima-se
Cresce, agiganta-se
Mostra sua beleza
Se esconde
Desaparece
Distancia
Dizem ser ela dos namorados
Dos eternos apaixonados
No entanto...
Ela é tua
E também é minha.
( Claudete Silveira )

Naufrágio

Naufrágio
Os dias passam...se arrastam...
Sinto-me tão fraca e pequena diante desta imensidão
De palavras e atos...que férem...
Que machucam meu coração...
Não aguento mais me sinto incapaz
Estou presa a um passado bonito
A um amor que eu julgava infinito e que um dia
Na maresia da vida em atos e insultos naufragou...
Eu luto como sobrevivente mas minha mente
Minha mente relembra os momentos vividos
Existiram momentos bonitos
Mas acabou...nada sobrou...
O pesadelo do presente me assusta
Eu não luto, eu escuto...escuto meu coração
Sinto a certeza de vida que ele me dá
E eu tento na vida me agarrar...
Afinal preciso lutar, mas com a certeza
De nunca mais me enganar
Nunca mais voltar a amar...
Para nunca mais naufragar...
(a.d)
As Vezes construímos sonhos

em cima de grandes pessoas...

O tempo passa... e descobrimos

que grandes mesmo eram

os sonhos e as pessoas pequenas

demais para torná-los reais!
(Bob Marley)
O Conselho das Árvores
(Olegário Mariano)
Sofro, luz dos meus olhos, quando dizes
Que a vida não te alenta nem conforta.
Olha o exemplo das árvores felizes
Dentro da solidão da noite morta.
Que lhes importa a dor, que lhes importa
O drama que há no fundo das raízes?
Não sentem quando o vento os ramos corta
E as folhas leva em várias diretrizes?
Que lhes importa a maldição do outono
E os dedos envolventes da garoa,
Se dão sombra às taperas no abandono?!
...Levanta os braços para o firmamento
E canta a vida porque a vida é boa
Mesmo esmagada pelo sofrimento.
O Enamorado da Vida
(Olegário Mariano)
Eu sou um enamorado da Vida!
Para sentir melhor o céu na minha casa,
Plantei a minha casa entre o mar e a montanha.
Se as ondas vêm rugir a meus pés, a horas mortas,
A lua desce a mim numa carícia estranha.
Bebo as estrelas de mais perto... Abraço
Todo o corpo do céu num simples movimento.
E, quando chove, sinto a torrente das chuvas
Trazendo da montanha, em seu penacho de águas,
Frondes, ninhos, calhaus e pássaros ao vento.
Eu sou um enamorado da Vida!
Amo-a por tudo quanto ela me pode dar:
A água fresca da fonte, a carícia da sombra,
E até a calma silenciosa e mansa
Desse crepúsculo que baixa devagar.
Em cada mão de folha a minha boca bebe
O orvalho da manhã como um suave licor.
E abro os pulmões, sorvendo em tudo o que me envolve
Essa onda de volúpia e de êxtase e perfume
Que vem do amor e que me leva para o amor
Eu sou um enamorado da Vida!
Tenho ímpetos de voar, de galgar, de vencer Colinas,
penetrar o coração dos vales,
Relinchando feliz como um potro selvagem
Que solta as crinas no ar para melhor correr;
Ou retesar as asas brancas de gaivota
E atirar-me na fúria incrível das procelas;
Beber em haustos toda a glória do mar alto,
Rolar no bojo dos batéis desarvorados
Ou as asas enxugar no alvo lenço das velasVida!
Quero viver todas as tuas horas,
As que prendi na mão e as que nunca alcancei.
Ser um pouco de ti no espelho das paisagens
Para, quando morrer, levar dentro dos olhos
A beleza imortal de tudo quanto amei.
A Canção da Saudade
(Olegário Mariano)
Que tarde imensa e fria!
Lá fora o vento rodopia...
Dança de folhas... Folhas,
sonhos vãos,que passam,
nesta dança transitória,
deixando em nós,
no fundo da memória,
o olhar de uns olhos
e a carícia de umas mãos.
Ante a moldura de um retrato antigo,
põe-se a gente a evocar coisas emocionais.
Tolda-se o olhar, o lábio treme,
a alma se aperta,tudo deserto...
a vide em torno tão deserta que
vontade nos vem de sofrer mais!
Depois, há sempre um cofre e
desse cofre tiramos velhas cartas,
devagar...É a volúpia inervante de quem sofre
:ler velhas cartas e depois chorar.
Que tarde imensa e fria!
Nunca mais te verei...
Nunca mais me verás...
Lá fora o vento rodopia...
Que desejo me vem de sofrer mais!

Eu sou assim

Eu sou assim
Muitas vezes quero a perfeição

Mas que aflição
Ela não me aceita sou imperfeita
Mas que decepção
Cada dia amanhecido vou a sua busca
Mas ela me ensina
Que na vida temos que tudo aprender
E os laços vencer
Sempre lembrar que sou humana
E posso errar
Não quero errar quero tudo acertar
E lá vem à falha
A falha de ser apenas eu sem opção
Não posso ser outra
Penso em uma forma de vencer os medos
Não consigo
Rumo em busca de conhecimento da vida
Não aprendo
Então me lembro da sabedoria que existe
E lá está ela
Em cada tombo que levo durante a caminhada
E me levanto
Sigo em frente mesmo machucada na mente
E tenho um apoio
Daquele que está sempre em minha vida
Meu Deus
Que me dá a mão quando dela preciso
Nunca me diz não
Nesse momento percebo que posso mudar
Nunca desanimar
E que sempre vou ser eu mesma em mim
Nunca desistirei
Olharei cada obstáculo de outra forma
Sempre sendo eu
Caminharei pela vida com rumo certo
Olhando para frente
Esquecendo um passado já não existente
Olhando dentro de mim
Pensando que a perfeição não posso alcançar
Olhando outra gente
Apenas me entregar de corpo e alma
A minha vida docemente
(Ângela lugo)

Assim eu vejo a vida

Assim eu vejo a vida
A vida tem duas faces:
Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.
(Cora Coralina)
Há um pacto implícito entre os nossos corações…
Um afago crescente na doçura de suas palavras
Na distância, ouço sua voz…
Chega terna, com a brisa suave envolvente,
acaricia minha pele afugenta minhas dúvidas meus temores,
tristezas… Suas palavras carinhosas
adentram minh’alma sussurrando,
murmuram quanto o seu coração, ama o meu. .
Van Albuquerque)

Vou te contar um segredo:

"Vou te contar um segredo:
Um coração só abre por dentro
E só o dono tem a chave!
E se ele se fecha ou se abre
Depende unicamente de ti.
Abra!"
( Letícia Thompson)

Quisera



Quisera
Estou chegando ao fim da estrada
- Com as mãos vazias pendidas para o chão,
Com os pés cansados da longa caminhada
Com o desapontamento e a desilusão.
Quisera voltar ao ponto de partida
Encetar de novo a caminhada,
Rever aquela gente boa e amiga
Onde eu fui feliz, onde eu fui amada.
Quisera ver o riacho a correr,
Ver o moinho da fazenda trabalhar,
Ver a casa que me viu nascer
Ver minha mãe meu berço a embalar.
Quisera na relva fresca outra vez pisar,
Subir nas árvores gigantescas e frondosas,
Ouvir de novo dos pássaros o cantar
Colher as frutas maduras e saborosas.
Quisera ver os campos de trigais floridos,
Ver as trepadeiras de diversas cores
Rodeando a casa em tempos idos,
Ver os caminhos atapetados de flores.
Quisera o amor puro e sonhado encontrar
Isto seria a felicidade ...
ncontrar alguém na estrada a me esperar
Que me amasse para sempre com sinceridade! ...

Resposta de uma Alma



Resposta de uma Alma

Sim, de muito longe eu venho,
sinto-me tão exausta, tão cansada!
Que quase forças já não tenho ...
Vivo sozinha, nunca fui amada!
Na tua alcova eu não posso entrar,
nem sentir a tepidez do teu ninho,
a estrada continuo a palmilhar.
É tarde!
Não posso ter o teu carinho ...
Sigo esta estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
vou caminhando vendo a luz radiosa,
Nunca foste meu e eu nunca fui tua ...
Lamento ter que seguir tão sozinha,
deixando esta jóia tão preciosa!
Que infelizmente não pode ser minha ...
Não entrei ...Saudades sei que não deixei,
mas confesso, saudades de ti eu carreguei! ...

Sombras

Sombras

Amo as sombras no meu sossego.

Sombras que passam na minha existência...
Cada uma delas têm seus segredos.
Todas elas têm suas essenciais!...
Sombras que se desenham e entrelaçam,

que protegem plantas, vida, algo, crença...Sombras,
que cativam, bailam e dançam,numa loucura de paz e de bonança!...
Sombras, que gritam e cantamna música divina de uma canção...Sombras,

que se afagam e se maltratam,num sonho louco de uma ilusão!...
Sombras de amor e de alegria,saudades, tristeza ou decepção...

Sombras de felicidade e fantasia,no torvelinho de enorme sensação!...
Sombras de beleza, sutil dedicação,do amor que voa em agonia...

Brindando a vida numa emoçãoaté o último suspiro que se extasia!...
(a.d)

INTENSIDADE

INTENSIDADE
Cynthia Andrade

Posso calar minha boca,
mas não posso calar o meu pensamento.
Ele é livre.
Voa e leva minhas vontades,
meus desejos,meus sentimentos.
Calo minha boca,
mas não deixo presosos meus sonhos,
meus devaneios,minhas fantasias.
Eles me povoame me fazem inteira.
Posso calar a minha boca,
mas não há como manter
aprisionada a vida dentro de mim.
Ela vem.
E quer a intensidadede seu momento.
A intensidade de mim.

IMPORTANTE

Importante

(Dorcila Garcia)

Importante
É existir respeito e sinceridade
Apesar das arestas que tivermos de aparar
Importante
É mantermos viva a nossa sensibilidade
E jamais nos deixarmos embrutecer
Importante
É não lamentarmos as lágrimas vertidas
Gotas de bálsamo que nossa alma vêm aliviar
Importante
É enxergarmos além das aparências
Só a essência pode algo nos acrescentar
Importante
É termos vivido tempos felizes
E termos tanta coisa boa para recordar
Importante
É valorizarmos o dia de hoje,
única certeza que temos para desfrutar.

Meu Deus,me de coragem de viver

Meu Deus, me dê a coragem de viver
trezentos e sessenta e cinco dias e noites,
todos vazios de tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio como plenitude.
Faça com que eu seja a tua amante humilde,
entrelaçada a ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar com este vazio
tremendo e receber como resposta
o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de te amar,
sem odiar as tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada
e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo.
Receba em teus braços o meu pecado de pensar.
(Clarice Lispector )

Dias dificeis

Dias Difíceis
Há dias em que nem por um milagre se arrancam

sorrisos e em que tudo se veste em tons de Cinza!
Há dias em que tudo parece correr mesmo mal,
e quando se julga que pior não pode ser,
lá vem mais um acontecimento retirar-nos esta convicção
e deitar por terra a crença que já tínhamos rasado o chão,
para nos relegar ás caves do sentir!
Depois, o resultado é um mau feitio intragável,
que fica à vista de todos.
Ainda por cima, nestes dias, toda a gente repara
que estamos mal humorados e quer saber porque
carga de água nos sentimos assim.
O facto de explicar-mos ou não, ainda nos irrita mais,
ainda nos lembra mais que estamos fora de nós e com falta de paciência!
Não adianta murmurar coisas sem nexo, pensar em mil desabafos....
dizer o que nos vem á cabeça, apenas porque nada altera o nosso estado de espírito.
Lá começo então a culpar o mau tempo, mais a Lua,
mais as estrelas...mais a carrada de gente que me tira do sério, na esperança de conseguir encontrar um escape para este estado de espírito tão avesso aos meus sentires.
A verdade, é que me sinto cansada! Muito cansada!

Sinto-me uma panela de pressão, prestes a fazer rodar a carrapeta,
na esperança que tudo se dissipe lentamente...na esperança
que o dia que nasce me faça sentir mais calma, mais tranquila, mais serena!
Enquanto o dia não nasce, fico embalada no silêncio que me acalma. Vou tentar que a Noite me chegue nos brilhos das Estrelas que me iluminam e que sempre me indicaram os meus caminhos. Vou tentar ouvir o meu Mar com o sentir de quem quer escutar.

Quem sabe, o amanhã não me trará um dia melhor!