TREM DA VIDA
Não importa, é assim a viagem, cheia de atropelos, sonhos,
fantasias, esperas, despedidas... porém, jamais, retornos.
Façamos essa viagem, então, da melhor maneira possível,
tentando nos relacionar bem com todos os passageiros,
procurando, em cada um deles, o que tiverem de melhor, lembrando,
sempre, que, em algum momento do trajeto, eles poderão fraquejar e,
provavelmente, precisaremos entender porque nós também
fraquejaremos muitas vezes e, com certeza, haverá alguém que nos entenderá.
O grande mistério, afinal, é que jamais saberemos em qual
parada desceremos, muito menos nossos companheiros,
nem mesmo aquele que está sentado ao nosso lado.
Eu fico pensando se quando descer desse trem sentirei saudades ... acredito que sim.
Me separar de alguns amigos que fiz nele será, no mínimo dolorido.
Deixar meus filhos continuarem a viagem sozinhos, com certeza será muito triste,
mas me agarro na esperança que, em algum momento, estarei na estação principal
e terei a grande emoção de vê-los chegar com uma
bagagem que não tinham quando embarcaram... e o que vai me deixar feliz,
será pensar que eu colaborei para que ela tenha crescido e se tornado valiosa.
Amigos, façamos com que a nossa estada, nesse trem, seja tranqüila,
que tenha valido a pena e que, quando chegar a hora de desembarcarmos,
o nosso lugar vazio traga saudades e boas recordações para aqueles que prosseguirem a viagem.
*Silvana Duboc*